Por Vanessa Nogueira
Toda transformação real na empresa precisa ser puxada pela liderança para acontecer. A faísca para a transformação ou as boas ideias de novas práticas podem vir de qualquer pessoa da organização, independentemente de cargo ou função, mas se não estiverem alinhadas com a liderança, não tem jogo.
SE EU NÃO ESTOU EM POSIÇÃO DE LIDERANÇA
Primeiro passo
A primeira coisa a se fazer quando você deseja uma transformação e não está em posição de liderança é acolher essa realidade. Lutar contra uma liderança resistente à mudança tentando ganhá-la com discussões longas e argumentos lógicos tende a ser um caminho desgastante para ambos os lados e muito pouco eficaz. O mais inteligente a se fazer, nesses cenários, é se alinhar com o direcionamento da organização, criar alianças internas por meio da apresentação de resultados extraordinários do seu trabalho e, aos poucos, influenciar sua liderança – com base na confiança construída – a ter um olhar diferente sobre a condução dos processos e da gestão da empresa.
Segundo passo
Para implementar essa estratégia, no entanto, você deve estar convicto(a) de que deseja permanecer nesta organização e precisa enxergar com clareza os fatores motivadores que sustentam essa convicção, apesar do seu desejo de mudança. Isso é importante porque mudanças profundas tendem a demorar para acontecer sem um gatilho muito forte que seja top-down (ou seja, do topo da pirâmide para baixo) e se, durante esse tempo de espera, você não tiver outros pilares de sustentação, o seu dia a dia na empresa pode ficar muito difícil. É importante também porque para apresentar resultados extraordinários de forma perene você vai precisar estar com a motivação lá no alto, ou esse ciclo ficará rapidamente insustentável. Na ausência desses pilares de sustentação da sua motivação, avalie com sinceridade se essa é a organização que você deseja estar e esteja aberto para outras possibilidades que te façam mais realizado(a) profissionalmente se não for esse o seu lugar.
SE EU ESTOU EM POSIÇÃO DE LIDERANÇA
Se você é o líder da organização, você tem a faca e o queijo na mão. Não significa que será fácil, mas será definitivamente mais rápido, e seus desafios serão outros.
Primeiro passo
O primeiro passo, nesse caso, é ter consciência de que a mudança é necessária. Ainda que ter um olhar crítico para si mesmo e aceitar algumas coisas que estão falhas no seu estilo de liderança seja muito difícil, se você entender que a mudança é necessária para o crescimento ou a sobrevivência do seu negócio e você for um bom líder, você vai começar a buscar os caminhos alternativos, e isso já será um passo enorme.
Segundo passo
O segundo passo a partir daí é entender com tranquilidade que é bem provável que você não tenha todas as competências necessárias para navegar nessa nova era da informação, e que a escola de administração tradicional e as suas experiências dos últimos 15 ou 20 anos não te prepararam para esse cenário. E tudo bem. Agora, o que você precisa fazer é entender o sistema de valores que rege essa nova era, e, com isso:
- Conseguir identificar essas características em um profissional de mercado;
- Saber como se posicionar e como posicionar a empresa de forma competitiva em uma entrevista, por exemplo, para que esse talento queira se juntar ao seu time;
- Identificar internamente quem tem as características que você deseja;
- E criar interações que consigam motivar seus liderados e mantê-los entregando o máximo de seu potencial, por mais tempo possível na empresa.
PARA AMBOS OS CENÁRIOS
Sendo líder ou liderado, você tenderá a aumentar suas chances de sucesso se definir objetivamente quais são os novos pilares inegociáveis dessa nova organização que você almeja. Eu sugiro começar com apenas cinco:
- Para toda solução deve haver um cliente: tempo investido em pensar solução que não tenha cliente é tempo perdido.
- Confiança real se constrói a partir do conflito: o conflito é a forma mais eficaz de construir confiança.
- Produtividade é diretamente proporcional à coesão: se você não for capaz de construir um time coeso, não será capaz de levar o seu time à produtividade máxima.
- Conduzir um time ao sucesso é a prática do desapego em sua essência: acertar tem muito menos a ver com o que você gosta e muito mais a ver com o resultado que você colhe de uma determinada ação.
- Instinto de sobrevivência favorece a inovação: é necessário resgatar o instinto de sobrevivência da organização se quiser manter a inovação viva ao longo do tempo.
Cada um desses links está direcionado para um vídeo explicativo curto, caso você queira entender um pouco mais. E não se esqueça: ao longo da jornada conte com a Think Again. Vamos juntos!