25 / 03 / 20

Perdemos o controle. Espera, que controle?

Por Vanessa Nogueira

O problema das situações de caos, como estamos passando agora, é que PERDEMOS TOTALMENTE O CONTROLE sobre o que vai acontecer amanhã, ou nas próximas semanas, ou nos próximos meses.

Certo?

Errado.

O problema das situações de caos está no fato de a maior parte das pessoas VIVEREM NA ILUSÃO DE CONTROLE sobre o dia de amanhã, ou sobre as próximas semanas, ou sobre os próximos meses.

A verdade é que, mesmo nos cenários mais otimistas, ninguém sabe precisar o que vai acontecer amanhã:

Com a economia
Ou com o ensino das crianças
Ou com o atendimento na saúde pública e privada
Ou com o seu salário/emprego
Ou com o hábito de compra dos seus clientes

O que a crise faz é apenas jogar essa verdade na nossa cara, toda de uma vez só. Ela não é como uma consultoria ou um coaching que, com calma e de forma bastante paciente, irá orientar você a transformar o seu negócio ou a sua vida aos poucos. Ela grita no meio da sala e de forma mal educada: vai continuar aí achando que tem algum controle sobre as coisas do futuro só porque teve sucesso no passado, ou vai começar a ser agente de transformação ao invés de vítima das mudanças?

A crise não vem em doses homeopáticas como uma parte grande das transformações profundas, ela vem de uma vez só e, por isso, dói muito mais, é claro. Mas, no final, é só uma escolha entre arrancar o band-aid bem rápido ou bem devagar.

Ela seleciona automaticamente as lideranças com maior capacidade criativa para fazer diferente, da noite para o dia, com o muito ou o pouquíssimo recurso que têm.

Faz as escolas repensarem o ensino.
Faz o sistema de saúde ter que se reinventar.
Faz as empresas repensarem a forma de vender para os seus clientes.
Faz as pessoas que estão estáveis em seus empregos refletirem sobre em que são de fato muito boas e desenvolverem essas competências o mais rápido que puderem.

A crise é inesperada, mas os problemas que ela coloca em evidência não. Há muitos anos estamos falando sobre a necessidade de repensarmos o ensino. De olharmos com cuidado para nosso sistema de saúde. De repensarmos a forma de distribuição de produtos e serviços para que seja mais bem adaptada à uma nova geração de clientes. De desenvolvermos competências profissionais que extrapolem o currículo técnico. De olharmos para as empresas e para o mercado com um olhar mais humano e sustentável como um caminho eficaz para o sucesso.

Por isso, a crise é também uma oportunidade de acelerarmos essas práticas há muito tempo necessárias. Pode ser vista como aquele olhar de urgência para problemas que teriam que esperar mais tempo para serem encarados de frente, se não fosse pela situação crítica.

Eu sei que é difícil ter um olhar otimista diante do caos, mas se você se permitir sair da ilusão do controle e olhar para um cenário mais amplo do que aquele que afeta apenas o seu dia a dia, é possível ver o Coronavírus como uma oportunidade de desenvolvimento.

É claro que não passaremos por isso sem encarar a dor. Ser otimista não significa fechar os olhos para os estragos. Sabemos que tudo isso trará consequências devastadoras para as diferentes classes sociais, que, cada uma ao seu modo, terá que encontrar formas de sobreviver. Mas está diante de nós a oportunidade de termos um olhar mais integrado para o todo, já que está escancarada a interdependência entre todas essas camadas. Diferente da transformação lenta, agora não há espaço para acomodar o abismo que existe entre elas.

Por fim, toda transformação acontece em quatro passos:

1- Surto
2- Observação
3- Aprendizado
4- Adaptação

Essa não será diferente. A sociedade irá se adaptar, tenho certeza. E como não controlamos o futuro para saber exatamente como essa adaptação acontecerá, nos resta escolher qual o olhar teremos durante o processo e quais ações estão ao nosso alcance para nos adaptarmos da forma menos danosa possível.

Nós, da Think Again, estaremos ao seu lado ajudando no que pudermos para aumentar suas chances de sair do outro lado mais forte. Vamos juntos!

 

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